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Números de vida selvagem despencaram 73% no último meio século, segundo relatório

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O World Wildlife Fund afirma que espécies como os golfinhos cor-de-rosa da Amazónia e os elefantes da floresta no Gabão estão em declínio acentuado.

As populações de vida selvagem em todo o mundo diminuíram mais de 70% ao longo do último meio século, de acordo com o Fundo Mundial para a Natureza (WWF).

A instituição de caridade de conservação publicou um balanço na quinta-feira, avaliando mais de 5.000 espécies de mamíferos, aves, anfíbios, répteis e peixes, alertando que habitats como a floresta amazônica estavam atingindo “pontos de inflexão”, com “consequências potencialmente catastróficas” para “a maioria das espécies”. .

O Relatório Planeta Vivo concluiu que as 35 mil populações em análise diminuíram 73 por cento desde 1970, principalmente devido a pressões humanas. O maior declínio foi registado nas populações de espécies de água doce, seguidas pelos vertebrados terrestres e marinhos.

Entre os instantâneos fornecidos, o relatório concluiu que a população de golfinhos do rio rosa e de tucuxi no estado brasileiro do Amazonas diminuiu 65 por cento e 57 por cento, respectivamente, como resultado da caça, com as alterações climáticas também ameaçando a sua sobrevivência.

No Gabão, o número de elefantes florestais diminuiu entre 78 e 81 por cento, com os investigadores da WWF a encontrar “fortes evidências” de caça furtiva para o comércio de marfim. Com quase metade dos elefantes florestais do continente no Gabão, o declínio foi considerado um “revés considerável” para o futuro da espécie.

Elefantes pastam no Parque Nacional Loango, no Gabão, onde a vida selvagem tem sido atingida por guerras, destruição de habitat e caça [File: Steeve Jordan/AFP]

O relatório concluiu que a perda e degradação de habitats, impulsionadas principalmente pelos sistemas alimentares, são a maior ameaça às populações de vida selvagem em todo o mundo, seguida pela sobreexploração, espécies invasoras e doenças.

“Não se trata apenas da vida selvagem, trata-se dos ecossistemas essenciais que sustentam a vida humana”, disse Daudi Sumba, diretor de conservação da WWF.

“As mudanças podem ser irreversíveis, com consequências devastadoras para a humanidade”, disse ele, usando o exemplo do desmatamento na Amazônia, que poderia “transformar este ecossistema crítico de um sumidouro de carbono para uma fonte de carbono”.

Outras ameaças incluem as alterações climáticas, em particular na América Latina e nas Caraíbas, e a poluição, nomeadamente na América do Norte, na Ásia e no Pacífico.

“A boa notícia é que ainda não ultrapassamos o ponto sem retorno”, disse Kirsten Schuijt, diretora-geral da WWF Internacional.

Ela destacou os esforços globais, incluindo um pacto inovador adoptado na última reunião das Nações Unidas sobre a biodiversidade em 2022 para proteger 30 por cento do planeta até 2030 da poluição, degradação e alterações climáticas.

Mas ela alertou: “Todos esses acordos têm pontos de controle em 2030 que correm o risco de serem ignorados”.

Algumas populações estabilizaram ou até expandiram-se, graças aos esforços de conservação e à reintrodução de espécies, afirma o relatório.

O bisão europeu, por exemplo, desapareceu na natureza em 1927, mas em 2020 contava com 6.800, graças à criação em grande escala e à reintrodução bem-sucedida, principalmente em áreas protegidas.

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